Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 12 de 12
Filter
2.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 27(2): 483-491, Fev. 2022.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1356069

ABSTRACT

Resumo Estudos sobre desrespeitos e abusos/maus tratos/violência obstétrica durante gestação, parto e puerpério têm aumentado nas últimas décadas. Entretanto, os pesquisadores interessados na temática se deparam com muitas dificuldades teóricas e metodológicas. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo consiste em discutir e refletir sobre como questões relacionadas a definição e terminologia, mensuração e políticas públicas no Brasil têm dificultado a pesquisa da temática, assim como a mitigação desses atos. O primeiro problema abordado foi a falta de consenso em relação a terminologia e definição desse construto. Essa situação provoca um efeito em cascata, com a utilização de instrumentos de aferição não validados que implicam falta de precisão e comparabilidade entre os estudos. Outra questão mencionada é a falta de estudos explorando as consequências desses atos na saúde da mulher e do recém-nascido, configurando uma das principais lacunas sobre o tema atualmente. A ausência de estudos causais impacta a tomada de decisão em saúde, prejudicando a elaboração de políticas públicas específicas.


Abstract Studies on disrespect and abuse/mistreatment/obstetric violence during pregnancy, childbirth and puerperium have increased in recent decades. However, researchers interested in the subject face many theoretical and methodological difficulties. In this sense, this study aims to discuss and reflect on how issues related to definition and terminology, measurement, and public policies in Brazil have hindered research on this topic and the mitigation of these acts. The first problem addressed was the lack of consensus regarding the terminology and definition of this construct. This situation causes a cascading effect, impacting the use of non-validated measurement instruments and, consequently, a lack of accuracy and comparability between studies. Another issue mentioned is the lack of studies exploring the consequences of these acts on women's and newborn's health, which is one of the main gaps on the subject today. The absence of causal studies affects health decision-making, impairing the elaboration of specific public policies.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Infant, Newborn , Maternal Health Services , Professional-Patient Relations , Violence , Brazil/epidemiology , Attitude of Health Personnel , Public Health , Delivery, Obstetric , Parturition
3.
Sex., salud soc. (Rio J.) ; (37): e21211, 2021. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1352263

ABSTRACT

Resumo Recentemente, popularizaram-se grupos de mulheres na internet e em encontros presenciais com o objetivo de compartilhar informações sobre sexualidade, reprodução, corpo feminino e seus processos de tratamento e cura. Esse ideário, em geral intitulado de "Ginecologia Natural", parte da crítica à medicalização - que teria retirado das mulheres a autonomia sobre si, mantendo-as suscetíveis ao controle sobre seus corpos. Assim, os grupos valorizam aspectos associados ao feminino, mantendo inquestionado, contudo, o primado da diferença entre os gêneros e a noção de uma "natureza feminina" ancorada em um corpo biológico. A partir de uma pesquisa documental de manuais e materiais de referência sobre Ginecologia Natural coletados em dois grupos, este artigo reflete acerca da relação entre os movimentos de mulheres e o ideário da Ginecologia Natural, analisando as concepções sobre corpo, processos reprodutivos, e sexualidade femininos do ideário.


Abstract Recently, women's groups have become popularized on the internet and in face-toface meetings in order to share information about sexuality, reproduction, the female body, and their treatment and healing processes. This ideology, generally called "Natural Gynecology", is based on the criticism of medicalization - which would have removed from women their autonomy over themselves, keeping them susceptible to control over their bodies. Thus, the groups seek to attribute positive values associated with the feminine, keeping unquestioned, however, the primacy of the difference between genders and the notion of a "feminine nature" anchored in a biological body. Based on a documentary analysis of manuals and reference materials collected in two groups of Natural Gynecology, this article examines the relationship between the women's movements and the Natural Gynecology ideology, analyzing thoughts on the female body, reproductive processes, and sexuality.


Resumen Recientemente, se han vuelto populares grupos de mujeres en internet y en reuniones presenciales para compartir información sobre sexualidad, reproducción, cuerpo femenino y sus procesos de tratamiento y curación. Este ideario, generalmente intitulado "Ginecología natural", parte de la crítica a la medicalización, que habría quitado la autonomía de las mujeres sobre sí mismas, manteniéndolas susceptibles al control sobre sus cuerpos. Así, los grupos valoran aspectos asociados al femenino, manteniendo incuestionable, sin embargo, la primacía de la diferencia entre géneros y la noción de una "naturaleza femenina" anclada en un cuerpo biológico. A partir de una investigación documental de manuales y materiales de referencia sobre Ginecología Natural recopilados en dos grupos, este artículo reflexiona sobre la relación entre los movimientos de mujeres y el ideario de la Ginecología Natural, analizando sus concepciones sobre cuerpo, procesos reproductivos y sexualidad femenina.


Subject(s)
Humans , Female , Women's Health , Sexuality , Medicalization , Gender Identity , Gynecology , Feminism
4.
Interface (Botucatu, Online) ; 24: e180390, 2020.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1056566

ABSTRACT

O Brasil é o campeão mundial no número de cesáreas, em especial no setor privado de saúde. Este número pode chegar a mais de 80% entre gestantes das classes média e alta em algumas regiões do país. Contrapondo-se a isso, o movimento do parto humanizado vem ganhando força, tendo como objetivos a denúncia da violência obstétrica e o retorno da a forma natural de parturição e cuidado com o bebê. Neste artigo, pretendemos discutir o modo como o ideário desse movimento implica na constituição de um novo sentido à maternidade a partir de uma concepção de natureza corporal e o papel da ocitocina nesse processo.(AU)


Brazil is the world champion in number of cesarean sections, especially in the private health sector. This figure can reach more than 80% among middle and upper class pregnant women in some regions of the country. Opposing this situation, the "humanized birth" movement has been gaining ground. Its objectives are the denouncement of "obstetric violence" and the return to a "natural" form of parturition and childbirth care. In this article we aim to discuss the way in which the ideas of this movement imply the constitution of a new meaning for maternity based on a conception of bodily nature, and the role played by oxytocin in this process.(AU)


Brasil es el campeón mundial en el número de cesáreas, en especial en el sector privado de la salud. este número puede llegar a más del 80% entre gestantes de clases medias y altas en algunas regiones del país. En contraposición a este estado de cosas, el movimiento del "parto humanizado" ha adquirido fuerza, teniendo como objetivos la denuncia de "violencia obstétrica" y el retorno de una forma "natural" de parto y cuidado del bebé. En este artículo pretendemos discutir la forma como el ideario de este movimiento implica en la constitución de un nuevo sentido para la maternidad a partir de una concepción de naturaleza corporal y el papel de la oxitocina en ese proceso.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Oxytocin/physiology , Parenting/trends , Humanizing Delivery , Gender-Based Violence
5.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 24(10): 3637-3650, Oct. 2019. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1039467

ABSTRACT

Resumo As doenças genéticas raras constituem um importante problema de saúde pública, mas ainda são pouco estudadas na perspectiva da Saúde Coletiva. Este artigo tem por objetivo analisar os itinerários terapêuticos de pacientes com doenças genéticas raras nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre, tendo por foco os desafios materiais, emocionais e estruturais enfrentados na busca por diagnóstico e tratamento. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com pacientes/cuidadores e profissionais de saúde em serviços públicos de genética médica. Observou-se que a experiência da doença genética rara, além de ser um desafio em si pelo caráter debilitante e incapacitante, é agravada por problemas de ordem prático-relacionais e burocrático-institucionais que não se resolvem com a chegada a um serviço especializado. A existência de longos itinerários terapêuticos até o diagnóstico, o desconhecimento dos médicos não geneticistas sobre as doenças raras, as dificuldades de transporte e de acesso a especialistas, a exames diagnósticos e complementares e o acesso a medicamentos e insumos alimentares de alto custo foram comuns às narrativas nas três cidades. A adesão aos cuidados oferecidos exigem estratégias de ação que dependem de arranjos envolvendo familiares, médicos, associações de pacientes e o Estado.


Abstract Rare genetic diseases are an important public health problem, but they are still little studied in Collective Health. This article aims to analyze the 'therapeutic itineraries' of patients in search of a diagnosis and treatment for rare genetic diseases in the cities of Rio de Janeiro, Salvador and Porto Alegre. It focuses on the material challenges, emotional and structural problems faced in these trajectories. Semi-structured interviews were conducted with patients/caregivers and health professionals in the context of public health medical genetics. Our findings suggest that the experience of the rare genetic disease is aggravated by practical, inter-relational and bureaucratic/institutional problems. The reality of long and circuitous journeys to obtain a diagnosis, non-geneticists' lack of knowledge about rare diseases, difficulties in transportation and access to specialists, diagnostic and complementary examinations, and access to high-cost medicines and food supplies were common challenges in all the narratives examined in the three Brazilian cities. In addition, adherence to care provided by medical genetics requires action and strategies that depend on arrangements involving family members, physicians, patient associations, and the state.


Subject(s)
Humans , Public Health , Rare Diseases/diagnosis , Genetic Diseases, Inborn/diagnosis , Brazil , Interviews as Topic , Patient Compliance , Cities , Caregivers/statistics & numerical data , Health Personnel/statistics & numerical data , Rare Diseases/genetics , Rare Diseases/therapy , Health Services Accessibility , Genetic Diseases, Inborn/therapy
6.
Saúde Soc ; 28(3): 171-184, jul.-set. 2019.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1043383

ABSTRACT

Resumo No Brasil, as práticas de parto e nascimento passaram por profundas transformações e intenso processo de medicalização, sobretudo em meados do século XX. Os partos, que ainda aconteciam em sua maioria nos domicílios com assistência de parteiras, passaram cada vez mais a ocorrer nos hospitais, assistidos por médicos obstetras, com intervenções, práticas e rotinas próprias. A partir da análise de 31 artigos publicados em periódicos científicos brasileiros da área da obstetrícia entre os anos de 1930 e 1970, procuramos compreender as ideias em torno do processo de construção de uma rotina "ideal" para o parto hospitalar e os argumentos que sustentavam a consolidação da figura do médico como profissional mais habilitado para a assistência ao parto. O debate de obstetras acerca de uma roteirização da assistência ao parto, incluindo intervenções e práticas obstétricas que deveriam ser realizadas como rotina, lançam luz sobre os primórdios do processo de medicalização do parto no Brasil. Com a justificativa de um dever médico de diminuir o tempo e as dores do parto, e não deixar a natureza "agir sozinha", as intervenções foram apresentadas como fruto de um novo conhecimento médico-científico que constituiria a obstetrícia moderna.


Abstract In Brazil, childbirth practices underwent deep changes and an intense medicalization process, especially in the mid-twentieth century. Childbirth, which by then still mostly took place at home with midwives' assistance, began to increasingly occur in hospitals, assisted by obstetricians with their own interventions, practices and routines. Based on the analysis of 31 articles published in Brazilian obstetrics scientific journals between the 1930s and 1970s, we sought to understand the ideas about the process of constructing an "ideal" routine for hospital delivery and the arguments that supported the consolidation of the physician's role as the most qualified professional for childbirth care. The obstetricians' discussion about a scripting of childbirth care, including interventions and obstetric practices that should be performed routinely, shed light on the early stages of the medicalization process of childbirth in Brazil. Justified by the medical duty of reducing time and pain of normal birth and to not let Nature "act alone", the interventions were presented as the result of a new medical-scientific knowledge that would constitute the modern obstetrics.


Subject(s)
Brazil , Parturition , Medicalization , Obstetrics , Delivery, Obstetric
8.
Hist. ciênc. saúde-Manguinhos ; 25(4): 979-998, Oct.-Dec. 2018. graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-975441

ABSTRACT

Resumo O artigo reflete sobre o processo de medicalização do parto, tendo como foco específico o desenvolvimento da ocitocina sintética em 1953. Investiga a vida social da ocitocina, isto é, sua sintetização, estabilização e uso em obstetrícia para acelerar o trabalho de parto. Por meio do levantamento em dois periódicos brasileiros de obstetrícia da época, é analisado o início do uso da ocitocina sintética no Brasil, a partir do final da década de 1950, e os argumentos dos obstetras acerca da recomendação ou não desse uso. É observada, nesse período, a centralidade cada vez maior do obstetra no parto, bem como a recomendação do uso encadeado de diferentes intervenções - com destaque para a ocitocina - visando menor tempo de trabalho de parto.


Abstract This article reflects on the medicalization of childbirth, focusing on the development of synthetic oxytocin in 1953. Specifically addressed is the social life of oxytocin; in other words, its synthesis, stabilization, and use in obstetrics to hasten labor. Two Brazilian obstetrics journals of this era were surveyed to analyze the early use of synthetic oxytocin in Brazil in the late 1950s, along with obstetric arguments for or against its use. Notable in this period is the increasingly central role of the obstetrician in childbirth, as well as the recommendation to use different interventions linked together (particularly oxytocin) to shorten labor.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , History, 20th Century , Oxytocics/history , Oxytocin/history , Synthetic Drugs/history , Labor, Induced/history , Obstetrics/history , Periodicals as Topic/history , Brazil , Parturition , Medicalization/history , Synthetic Drugs/therapeutic use
9.
Rio de Janeiro; s.n; 2015. 222 f p. il, graf, tab.
Thesis in Portuguese | LILACS | ID: biblio-966064

ABSTRACT

Neste trabalho refletimos acerca das relações entre sexo, gênero, ciência e feminismo, a partir da análise da produção contemporânea de um grupo de pesquisadoras que se denominam como neurofeministas e que, desde 2010, se articulam em uma rede internacional chamada NeuroGenderings. O objetivo da NeuroGenderings é trazer uma perspectiva feminista crítica aos estudos recentes sobre o cérebro, sobretudo aqueles que buscam por diferenças entre homens e mulheres. As neurofeministas estão engajadas em produzir uma neurociência situada, assumidamente feminista, que não deixe de lado a materialidade dos corpos ­ e especialmente do cérebro ­, ao mesmo tempo em que se preocupam politicamente com as hierarquias de gênero. Procuram, portanto, produzir uma neurociência empírica, capaz de produzir o que chamam de "zonas de proximidade entre moléculas e paisagens políticas". Além disso, pretendem combater o "neurossexismo", isto é, estereótipos em relação à masculinidade e feminilidade que estariam presentes em grande parte da produção neurocientífica, bem como em sua divulgação para o público mais amplo. Assim, mapeamos a rede NeuroGenderings a partir de duas estratégias metodológicas: a leitura e análise da produção bibliográfica das neurofeministas (tanto as publicações oficiais da rede, como publicações individuais das pesquisadoras) e a observação da reunião e conferência mais recente da NeuroGenderings, que ocorreu na cidade de Lausanne, na Suíça, em 2014. O neurofeminismo nos oferece relevante material analítico para refletirmos acerca dos ideais de cientificidade em disputa na ideia de uma neurociência feminista, levando em conta a crença de que ciência e política pertenceriam a esferas separadas e imiscíveis, e que neutralidade seria característica obrigatória à boa prática científica. Além disso, notamos aproximações entre o trabalho das neurofeministas e os trabalhos de um importante grupo de estudiosas do campo da ciência e gênero, chamadas de "feministas biólogas". As feministas biólogas inspiram a produção neurocientífica, principalmente no que diz respeito à perspectiva antidualista, que rejeita a oposição entre sexo e gênero, natureza e cultura, encarando-os como entrelaçados e inseparáveis. Entretanto, embora o entrelaçamento entre sexo e gênero seja consenso entre as neurofeministas, não há acordos sobre a forma como esse entrelaçamento deve ser pensado em termos neurocientíficos. Assim, a discussão em torno do conceito de plasticidade cerebral evidencia alguns desses dissensos, bem como tensões entre ciências humanas e neurociência dentro da NeuroGenderings, rede marcada pela interdisciplinaridade. Essas tensões, porém, não inviabilizam o projeto neurofeminista de pensar o cérebro como um objeto compartilhado de conhecimento


In this work, we reflected on the relationship between sex, gender, science and feminism, through the analysis of the contemporary production of a group of researchers who call themselves neurofeminists, organized since 2010 in an international network called NeuroGenderings. The goal of NeuroGenderings is to build a critical feminist perspective to recent studies on the brain, especially those studies seeking for differences between men and women. The neurofeminists are engaged in producing a situated neuroscience, openly feminist, that does not leave aside the materiality of bodies ­ and especially that of the brain ­, at the same time they are politically concerned with gender hierarchies. They seek, therefore, to produce an empirical neuroscience capable of producing what they dub "proximity zones between molecules and political landscapes." They also plan to combat "neurossexism", that is, masculinity and femininity stereotypes that are present in much of neuroscience scientific production, as well as in its dissemination to the wider public. We mapped the NeuroGenderings network based in two methodological strategies: the reading and analysis of the bibliographical production of the neurofeminists (both from official publications of the network and from individual publications of the researchers) and the observation of the most recent reunion and conference of the NeuroGenderings network, held in the city of Lausanne, Switzerland, in 2014. Neurofeminism offers us relevant analytic material to reflect on the disputed ideals of scientificity regarding the idea of a feminist neuroscience, taking into account the belief that science and politics belong to separate and immiscible spheres, and that neutrality should be a mandatory feature to practice good science. In addition, we observed a common ground between the work of neurofeminists and the work of another important group of scholars in the field of science and gender studies, called "feminist biologists". Feminist biologists inspire neuroscientific production, especially with regard to their anti-dualist perspective, that rejects oppositions between sex and gender, nature and culture, viewing them intertwined and inseparable. However, even being the interweaving of sex and gender a consensus among neurofeminists, there is no agreement on how this interweaving should be addressed in neuroscienfic terms. Thus, the discussion around the concept of cerebral plasticity shows some of these disagreements, as well as the tensions between human sciences and neuroscience inside NeuroGenderings, a network marked by interdisciplinarity. These tensions, however, do not invalidate the neurofeminist project to think the brain as an object of shared knowledge


Subject(s)
Humans , Research/trends , Neurosciences/trends , Feminism , Cerebrum , Gender Identity
10.
Sex., salud soc. (Rio J.) ; (10): 124-139, abr. 2012.
Article in Spanish | LILACS | ID: lil-625407

ABSTRACT

Este artigo discute o processo de medicalização da sexualidade, refletindo sobre a pílula anticoncepcional hormonal e sua relação com o conceito de drogas de estilo de vida (entendido como medicamentos utilizados não necessariamente para tratar uma doença, mas para aprimorar a vida das pessoas). A pílula anticoncepcional, lançada em 1957 nos Estados Unidos, foi desde a sua criação destinada à utilização no dia a dia de mulheres saudáveis, e tornou-se um importante símbolo cultural, revolucionando a vida das mulheres e da sociedade em geral. Refletiremos, assim, sobre o surgimento da pílula anticoncepcional e suas transformações. Analisaremos também o atual marketing dos laboratórios farmacêuticos, cujo foco tem sido não tanto no efeito original de controle de natalidade, e mais nos efeitos secundários desejáveis que as novas pílulas poderiam proporcionar - como redução da acne e tratamento de "problemas de humor" relacionados à menstruação - "adequando-se", assim, ao estilo de vida da "mulher moderna".


Este artículo discute el proceso de medicalización de la sexualidad, reflexionando sobre la píldora anticonceptiva hormonal y su relación con el concepto de drogas de estilo de vida (entendido como medicamentos no necesariamente utilizados para tratar una afección, sino para mejorar la vida de las personas). La píldora anticonceptiva, lanzada en Estados Unidos en 1957, desde su creación estuvo destinada al uso cotidiano de mujeres saludables, y se convirtió en un importante símbolo cultural, revolucionando sus vidas y la de la sociedad en su conjunto. En ese sentido, se reflexiona acerca del surgimiento de la píldora anticonceptiva y sus transformaciones. Se analiza también el marketing de los laboratorios farmacéuticos, que ha puesto el foco no tanto en el efecto original de control de la natalidad, sino más bien en los efectos secundarios deseables que las nuevas píldoras podrían proporcionar -como reducción del acné y tratamiento de "problemas de humor" relacionados a la menstruación- "adecuándose" de este modo al estilo de vida de la "mujer moderna".


This article discusses the process of medicalization of sexuality, by focusing on the hormonal birth control pill as a 'lifestyle drug,' i.e., medications that are used to improve people's quality of life, instead of treating illness. The birth control pill, released in the US in 1957, has been destined to everyday use by healthy women since its creation. It has revolutionized their lives and society as a whole, becoming an important cultural symbol. This article addresses the emergence of hormonal contraception and its transformations. The marketing of the pill by pharmaceutical companies has been focused less on birth control than on its desirable side-effects-such as acne reduction and the treatment of 'mood problems' related to menstruation- in a search of greater adequacy to a 'modern woman's' lifestyle.


Subject(s)
Humans , Female , Contraception/history , Sexuality , Medicalization , Drug Industry , Gender Identity , Life Style
11.
Rio de Janeiro; s.n; 2010. 112 p. ilus, tab, graf.
Thesis in Portuguese | LILACS | ID: lil-601250

ABSTRACT

Este trabalho teve como objetivo analisar concepções de gênero e sexualidade na produção biomédica contemporânea e no processo de construção do conhecimento científico. Para isso, analisamos artigos científicos contemporâneos selecionados a partir de um levantamento na base de dados PubMed. Focamos em pesquisas sobre a teoria dos hormônios pré-natais, que propõe que comportamentos e características consideradas "femininas" ou "masculinas" são determinados, de modo inato, pelo "sexo" cerebral dos indivíduos, e que homossexuais e transexuais – por exemplo – possuiriam cérebros com um sexo discordante ao seu sexo biológico, sendo uma espécie de "hermafrodita" cerebral. Assim, através da análise dessas publicações, procuramos refletir sobre a relação entre ciência e senso comum, além dos ideais em torno da "masculinidade", "feminilidade" e "heterossexualidade" subjacentes ao conhecimento científico. Buscamos refletir também sobre a relação entre gênero, orientação sexual e desvio, e a importância concedida ao "biológico" e "inato" na sociedade contemporânea.


The aim of this study was to analyze the conceptions surrounding gender and sexuality in contemporary biomedical research and in the construction of scientific knowledge. We performed a PubMed search, focusing on papers that discussed the theory of pre-natal hormones. According to this theory, some behaviors and characteristics considered as "female" or "male" are innately determined by the individual‘s brain "sex", and homosexuals and transsexuals, for instance, have a different brain sex than their biologic sex, being a kind of a brain hermaphrodite. Therefore, through the analysis of these publications, we reflected on the relationships between science and common sense, and on the ideals of "masculinity", "feminility" and "heterossexuality" that form the basis of scientific knowledge. We also discussed the relationship between gender, sexual orientation and deviation, and the importance of the "biological" and "innate" given by contemporary society.


Subject(s)
Humans , Gender Identity , Paraphilic Disorders/genetics , Paraphilic Disorders/psychology , Sexuality/psychology , Sexual and Gender Disorders/genetics , Sexual and Gender Disorders/psychology , Genetics, Behavioral/trends , Homosexuality/psychology , Gonadal Steroid Hormones/adverse effects , Gonadal Steroid Hormones/physiology , Gonadal Steroid Hormones/genetics , Gonadal Steroid Hormones/metabolism , Sociobiology/trends
12.
Physis (Rio J.) ; 19(1): 127-147, 2009. ilus
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-525978

ABSTRACT

Uma das primeiras teorias científicas sobre a homossexualidade é a ideia de "terceiro sexo", desenvolvida na segunda metade do século XIX, em que o homossexual era visto como possuidor de uma "alma feminina em um corpo masculino". Com o objetivo de analisar se e como determinadas teorias contemporâneas sobre a homossexualidade se articulam à ideia de "terceiro sexo", foi feito um levantamento de 211 artigos sobre homossexualidade, publicados no periódico Archives of Sexual Behavior entre 1971 e 2006. Os artigos foram divididos em cinco categorias: Psicológicos, Biomédicos, Sociológicos/Culturais, HIV e Outros. Analisamos dois grupos de artigos da categoria Biomédicos. O primeiro grupo analisado engloba pesquisas que procuram estabelecer uma relação entre homossexualidade na vida adulta e "comportamento atípico" em crianças (como meninas preferirem bolas a bonecas e vice-versa). No segundo grupo de artigos, os pesquisadores buscam por diferenças anatômicas entre homossexuais e heterossexuais (como a proporção do comprimento dos dedos, ou o tamanho do pênis), que seriam indicadores de "níveis anormais" de hormônios pré-natais, responsáveis pela lateralização cerebral, que por sua vez definiria a orientação sexual. Concluímos que ambos os grupos de artigos estão calcados numa visão da heterossexualidade como característica distintiva de gênero, que aproxima, de um lado, o homem homossexual às mulheres heterossexuais e, do outro, as mulheres homossexuais aos homens heterossexuais. Este tipo de raciocínio possui grande similaridade com a teoria do "terceiro sexo"; entretanto, noções mais vagas ou metafísicas - como "alma" ou "mente" - são substituídas agora por outra mais concreta e física - o cérebro.


One of the first scientific theories about homosexuality is the "Third sex" theory, developed in late 1900's. According to this theory, the homosexual male had a "female soul in a male body". With the aim of analyzing if and how contemporary theories about homosexuality are related to the idea of the "Third sex", we reviewed 211 papers about homosexuality, published in the Archives of Sexual Behavior from 1971 to 2006. The papers were classified in five categories: Psychological, Biomedical, Sociological/Cultural, HIV and Others. We analyzed two groups of papers included in the "Biomedical" category. The first group encompasses studies that try to establish a relationship between homosexuality in adulthood and "atypical gender behavior" in childhood (for instance, how girls preferred balls instead of dolls and vice-versa). In the second group, the studies searched for anatomic differences between homosexual and heterosexual individuals (such as length of the fingers and of the penis) that would indicate "abnormal levels" of pre-natal hormones, these being responsible for the cerebral lateralization that defines sexual orientation. We concluded that both groups of papers are based on a view of heterosexuality as a distinctive characteristic of gender that links homosexual males to heterosexual females and vice versa. This type of approach has great similarity with the 19th century theory of the "Third sex"; however, vague and metaphysical concepts, such as "soul" and "mind", have been replaced by more concrete and physical concepts such as "brain".


Subject(s)
Humans , Male , Female , Biomedical Research , Gender Identity , Heterosexuality/ethnology , Homosexuality/ethnology , Hormones/adverse effects , Hormones/genetics , Prejudice , Sexual Behavior/ethics , Sexual Behavior/ethnology , Sexual Behavior/psychology , Homosexuality, Female/ethnology , Homosexuality, Female/psychology , Homosexuality, Male/ethnology , Homosexuality, Male/psychology , Social Sciences
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL